terça-feira, 7 de julho de 2009

Macambo-Rap Brasileiro-Enraizaidos

Acre em Foco "começamos a nos entrosar com a máquina de estado... começamos a se espalhar feito praga" Desde os 11 anos de idade, Augusto Maia,33, está no movimento Hip Hop. Ele é formado em Ciências Sociais e já prevê que seu filho quando chegar aos 5 anos estará cantando Rap com ele. Sua história começou em 1999 com o grupo Acre Hip Hop e depois em 2001 com o Linha de Frente, onde conheceu o “mano”, Mano Boião de Cuiabá, que o ensinou todos os truques das rimas.Já em 2002 Boião teve que ir embora e, com isso, Augusto ficou um tempo sem cantar, aproveitando esse tempo para escrever suas letras e trabalhar com grafite. No ano seguinte, o Rapper entrou na faculdade de Ciências Sociais e no mesmo período na Secretaria de Juventude do Acre. Com isso começou a articular oficinas de Rap, nessa ele formou o "Rebelião Racional", o qual se encontra até hoje. “Tenho fé que não vai acabar”, disse o Rapper.
Enraizados-O que te fez escolher esse caminho?
Augusto-Conheci o rap pela dor da perda do meu irmão mais velho, ele morreu com um tiro de 12 na cara. Na época eu apenas dançava break e já riscava uns desenhos, mas com 14 anos perdi meu irmão pras gangues de RB e aí no dia do velório escutei o “homem da estrada”, Racionais mcs, e me identifiquei. Na época, aqui no norte, eram 12 dias de ônibus na estrada para chegar em Porto Velho, Rondônia, e aí já viu, informação aqui era “foda”!!! Aí (Rio) chegava em um dia, aqui chegava em dois meses. Hoje não, o barato tá melhor, daqui pra Rondônia são 6 horas de ônibus e 30 min de avião. Como começou essa idéia de fundar um movimento, chamar algumas pessoas e centralizar isso em um lugar?Começou quando sentamos com o prefeito, ele perguntou se tínhamos CNPJ, sede, se éramos organizados juridicamente e aí a idéia se firmou mais ainda, porque em 2003 quando estávamos no FSM, em Porto Alegre, vi que tínhamos que criar alguma coisa para captar recursos, fazer uma rede, capacitar pessoas, mas no Acre ainda era foda isso. Então conseguimos e quando o prefeito nos chamou, a ficha caiu, ainda mais com o pedido de Lula, em Brasília, para que o HIP HOP se organizasse. Tá ligado, não tem outra, estamos até tentando nos tornar uma OSCIP, pois já pega verba direto do governo federal, quer dizer, responsabilidades e sonhos tudo em dobro! Enraizados-Essa articulação do Hip Hop ai, começou com essas oficinas?Augusto-Não, a articulação começou quando fazíamos parte do movimento nacional de meninos e meninas de rua, fizemos uma apresentação no teatro da Faculdade Federal do Acre - UFAC, tinha só autoridade, então desci a lenha dizendo que não Acre em Foco "começamos a nos entrosar com a máquina de estado... começamos a se espalhar feito praga" Desde os 11 anos de idade, Augusto Maia,33, está no movimento Hip Hop. Ele é formado em Ciências Sociais e já prevê que seu filho quando chegar aos 5 anos estará cantando Rap com ele. Sua história começou em 1999 com o grupo Acre Hip Hop e depois em 2001 com o Linha de Frente, onde conheceu o “mano”, Mano Boião de Cuiabá, que o ensinou todos os truques das rimas.Já em 2002 Boião teve que ir embora e, com isso, Augusto ficou um tempo sem cantar, aproveitando esse tempo para escrever suas letras e trabalhar com grafite. No ano seguinte, o Rapper entrou na faculdade de Ciências Sociais e no mesmo período na Secretaria de Juventude do Acre. Com isso começou a articular oficinas de Rap, nessa ele formou o "Rebelião Racional", o qual se encontra até hoje. “Tenho fé que não vai acabar”, disse o Rapper.
Enraizados-O que te fez escolher esse caminho?
Augusto-Conheci o rap pela dor da perda do meu irmão mais velho, ele morreu com um tiro de 12 na cara. Na época eu apenas dançava break e já riscava uns desenhos, mas com 14 anos perdi meu irmão pras gangues de RB e aí no dia do velório escutei o “homem da estrada”, Racionais mcs, e me identifiquei. Na época, aqui no norte, eram 12 dias de ônibus na estrada para chegar em Porto Velho, Rondônia, e aí já viu, informação aqui era “foda”!!! Aí (Rio) chegava em um dia, aqui chegava em dois meses. Hoje não, o barato tá melhor, daqui pra Rondônia são 6 horas de ônibus e 30 min de avião. Como começou essa idéia de fundar um movimento, chamar algumas pessoas e centralizar isso em um lugar?Começou quando sentamos com o prefeito, ele perguntou se tínhamos CNPJ, sede, se éramos organizados juridicamente e aí a idéia se firmou mais ainda, porque em 2003 quando estávamos no FSM, em Porto Alegre, vi que tínhamos que criar alguma coisa para captar recursos, fazer uma rede, capacitar pessoas, mas no Acre ainda era foda isso. Então conseguimos e quando o prefeito nos chamou, a ficha caiu, ainda mais com o pedido de Lula, em Brasília, para que o HIP HOP se organizasse. Tá ligado, não tem outra, estamos até tentando nos tornar uma OSCIP, pois já pega verba direto do governo federal, quer dizer, responsabilidades e sonhos tudo em dobro! Enraizados-Essa articulação do Hip Hop ai, começou com essas oficinas?Augusto-Não, a articulação começou quando fazíamos parte do movimento nacional de meninos e meninas de rua, fizemos uma apresentação no teatro da Faculdade Federal do Acre - UFAC, tinha só autoridade, então desci a lenha dizendo que não tinha apoio e tal, essas coisas que falamos quando temos oportunidade sabe, aí liderei uma invasão do Hip Hop na fundação do estado. Neste dia foi o começo de tudo, até então, internet já era a evolução, aprendemos com a evolução, nos informamos, fizemos cursos, treinamos para que o governo daqui parasse de nos chamar de "OS MENINOS DO HIP HOP" e foi aí que começamos a nos entrosar com a máquina de estado, alguns partidos, enfim, oficinas, palestras, cursos sobre gravidez na adolescência, uso indevido de drogas e aí começamos a identificar pontos em que a rapaziada se identificava tá ligado? Aí começamos a se espalhar feito praga, hoje o Núcleo de Hip Hop Mocambo esta presente em todos os municípios do Acre, pelo menos 90% dele, temos até um coordenador municipal de juventude no Município de Ssena Madureira, e isso graças ao trabalho, a força que temos em nossas amizades, o respeito e tal.dois idiomas, o ‘perifês’ e o ‘português’ básico (risos) Quais as articulações que o Grupo Mocambo tem com os outros estados? Temos em Rondônia: Fama; Manaus: Djmc-Fino; Belém: Preto Michel; DF: Leo Cabral; RJ: Dudu de Morro Agudo; SP: Buzo; Roraima: Raquel; Macapá: Spick e Augusto Zulu; Maranhão: Lamartine e Othon; Piauí: Chirlene; RS: Pessoal do Spiderman Breakers e o Sacolinha.Enraizados-Então a relação de vocês com a prefeitura daí é saudável?Augusto-Sim, e com o governo também, os dois são do PT (Partido dos Trabalhadores) aqui e talvez o núcleo faça mais um coordenador de juventude em um município próximo daqui "Senador Guiomard” e aí serão dois em todo o Brasil, coisa que ainda não ouvi falar de nenhum estado, digo ter um coordenador de juventude. Temos recursos através de projetos sociais, mas estamos tentando atrair recurso através de emendas parlamentares direto de Brasília, temos conversado com algumas pessoas: deputados(as) federais, senador, governo, prefeitura e vereadores também.Enraizados-Acha importante essa articulação com o governo, vocês tem algum recurso que vem direto dele?Augusto-Acho sim, muito importante, antes de mais nada somos políticos por natureza e certo que não vendemos o movimento, fazemos propostas, e isso que eles pedem aqui, montamos projetos, executamos, colocamos na mídia, fazemos o nosso papel e ainda geramos emprego e renda para o pessoal do núcleo e das comunidade por onde chegam os projetos, nos formamos, fazemos parceria com os comerciantes e por aí vai.Enraizados-A partir disso, de se tornarem uma organização jurídica, que coisas começaram a criar?Augusto-Primeiro estamos "fortalecendo, edificando nossa casa" a base de projetos mais afins, como a sede que já temos, você sabe que é ruim morar na casa do vizinho, temos que ter nossa casa, um lugar onde possamos entrar e sair a hora que quisermos, um "tipo de casa do hip hop". Temos o projeto da rádio comunitária que pegue em ondas de FM, um projeto para a 3° Idade na área, o Realidade, na pousada do menor (um tipo FEBEM daqui).Enraizados-Você falou sobre morar na casa de vizinho, como seria isso?Augusto-Tipo temos projetos, em vez de fazer na nossa sede, temos que usar outros locais e sabemos que os paradigmas têm que ser quebrados, mas a discriminação conosco ainda e grande.Enraizados-Em que momento isso acontece?Augusto-Quando fazemos o ofício pedindo o local, quando vamos em lugares como fóruns, palestras, mas são uma minoria que sempre perde em debates e geralmente não damos atenção a isso, porque fazemos acontecer, somos maioria e não adianta bater de frente porque em 99% das discussões eles perdem, mas existe. Nós aceitamos parceria de toda e qualquer entidade que queira somar, independentemente do que ela seja, desde que queira somar e fazer um trampo sério do qual os lados saiam satisfeitos.Enraizados-O que você foi fazer em Porto Velho?Augusto-O movimento lá em porto velho era melhor, tudo era melhor. Mas ia atrás de trampo também, os caras de Rondônia, que é o estado mais próximo daqui são nossos pais no Break, isso naquela época, porque hoje somos parceiros, aliados e "inimigos" nas batalhas de Break. Trouxe o Alessandro Buzo aqui em 2007 para cobrir o evento pela rap Brasil, ganhamos 3 páginas da revista só nós do Acre... e Rondônia é claro, já que evento ficou mais entre os dois estados.Enraizados-Atualmente, você agradeceria a seu irmão pelo o que ele te ajudou a descobrir?Augusto-Sim, mas primeiro a Deus. É “foda”, você moleque no crime, perder um ente querido, conhece uma música e depois decidir fazer história! Sim, agradeço sim. Onde ele estiver, mas agradeço aos companheiros, Toreto, Felipe Brawn, Nadir Mc (Minha esposa) que não gostava de rap e hoje canta “pa caralho”. Aos manos que se foram: Nenen, Neglimar, entre outros, Preta Simone, Kinho Dubass "Yaconawas". O pessoal do "Atitude Verbal" as minas cantam pra porra, Facção Urbana, Imortal Crew, Sm Breakers, O pessoal de Feijó (Tatu,Veterano,Zé Rosa) os caras das coordenadorias e assessorias de juventude, A fem, A FGB, o pessoal da capoeira, o mestre moreno, o Movimento de meninos de rua, e por aí vai. Esse é um pouco do nosso elenco que ajuda nos corre.Enraizados-A articulação com outros estados, como aconteceu?Augusto- Através de viagens, fóruns e aí vieram os contatos: MHHOB, MHF e ENRAIZADOS.Enraizados-E os eventos?Augusto-Vai rolar o "Periferia toma conta" em junho, a data ainda vai ser decidida. Batalha Imortal de Break dance, Batalha SM Breakers-Sena Madureira,O RPB e mais alguns,inclusive lançamento do CD do Rebeliao Racional "INVADINDO A CASA DO PATRÃO DO BARRACÃO"Enraizados-O que você espera do movimento HIP HOP daqui para frente?Augusto-Prosperidade a todos que acreditam que podemos fazer a diferença em um lugar que é tido como o “cu” do Brasil! Porque somos brasileiros por opção, não porque o Brasil tomou o Acre da Bolívia, e sim porque nós quisemos ser brasileiros!!!!!
Postado por NUCLEO DE HIP HOP MOCAMBO às
15:03

Sem comentários:

Enviar um comentário